Desde pequena, Larissa cresceu cercada pelo som das máquinas de costura.
Sua avó e sua tia-avó costureiras vestiam a família e deixaram nela a herança de olhar a roupa como algo carregado de afeto e pertencimento. Esse legado, que poderia ter ficado restrito ao ambiente doméstico, Larissa transformou em ponto de partida para um caminho de empreendedorismo autoral.
Antes mesmo da pandemia, começou com um brechó. No processo de curadoria e ajustes, sua avó era presença constante, ensinando pontos e remendos. Foi nesse convívio que Larissa entendeu que poderia criar algo maior. Surgiu então a Duife, marca de quimonos feitos para abraçar todos os corpos. O nome vem do yorubá “Ifé”, que significa amor – um conceito que traduz o que ela deseja transmitir em cada peça: roupa como expressão de cuidado, ancestralidade e identidade.
Com o apoio do FabLab Rec, Larissa mergulhou em técnicas de estamparia artesanal e aprofundou seu olhar de negócios. O projeto chegou em um momento delicado: a perda da avó. Ali, entre oficinas e mentorias, ela encontrou uma forma de ressignificar o luto e reafirmar o propósito de manter viva a força de sua família na costura.
Hoje, sua rotina é de múltiplos papéis: da compra de tecidos à modelagem, da estamparia ao atendimento nas feiras. É um trabalho solitário, mas que ganha outra dimensão quando Larissa vê pessoas se reconhecendo em suas criações. Para além de vender roupas, ela busca criar encontros. Tanto que, além da marca, dedica parte do tempo a ensinar corte e costura para crianças em projetos sociais de Recife.
Entre pedais de bicicleta pela cidade, descobertas gastronômicas e momentos de contato com a natureza, Larissa encontra respiros para continuar costurando sonhos. O futuro que projeta para a Duife é de expansão, mas sem abrir mão do que a torna única: ser um trabalho artesanal, feito de memórias, afetos e coragem para atravessar gerações.
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