Lucas é o tipo de jovem que não espera o futuro acontecer: ele vai atrás.
Desde criança tem a curiosidade por entender como as coisas funcionam. Em vez de brincar com videogame ou colecionar figurinhas, preferia assistir vídeos de mecânica no celular. Queria saber como um motor é montado, como um carro anda, o que acontece por dentro das peças. Hoje, aos 16 anos, ele começa a transformar essa curiosidade em caminho.
Morador de Criciúma, em Santa Catarina, Lucas nasceu na pequena cidade de Treviso, mas logo se encantou pelas possibilidades da cidade vizinha. Filho de caminhoneiro e de trabalhadora doméstica, encontrou no Bairro da Juventude uma porta aberta para o que sonhava. Foi lá que, por indicação de amigos, se inscreveu no curso de mecânica automotiva. Passou na prova e começou a formação em fevereiro.
Desde então, sua rotina é intensa e bem definida: pela manhã, curso; depois do almoço, vai direto para o trabalho como jovem aprendiz; à noite, segue para a escola. No trajeto entre esses compromissos, são quase três horas dentro do ônibus, todos os dias. Mesmo assim, Lucas não reclama porque sabe que esse é o preço de quem quer construir algo maior.
No curso, encontrou inspiração no professor Natálio, que, com sua trajetória longa e generosa, se tornou uma referência. Também foi ali que participou do projeto da “motinha”, uma pequena moto construída do zero pela turma. Ver o motor funcionar pela primeira vez foi um momento marcante, daqueles que acendem uma certeza silenciosa: ele está no caminho certo.
Com o que já aprendeu, Lucas passou a fazer pequenos reparos em casa. Consegue consertar o carro da mãe, economizar com mão de obra, ajudar em coisas que antes pareciam distantes. Cada parafuso apertado, cada ajuste bem-feito, é também um gesto de retribuição. “É um jeito de cuidar de quem sempre cuidou de mim”, resume.
Mesmo jovem, ele já projeta seus próximos passos: quer seguir estudando, se especializar em soldagem, quem sabe fazer faculdade e trabalhar numa grande concessionária. Também já pensou em entrar para o exército. Mas, por enquanto, quer seguir fazendo o que ama: aprender com as mãos, construir com paciência, se movimentar com propósito.
Lucas ainda não tem todas as respostas. Mas tem algo que o sustenta: a certeza de que conhecimento muda tudo. Que com dedicação e oportunidade, cada jovem pode descobrir o que cabe em si e fazer disso uma estrada.
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